Há algum tempo, passei por uma cirurgia facial para remover um câncer de pele. Embora simples, foi em uma área delicada.
As pessoas ao meu redor dizem que mal notam a cicatriz, mas eu a vejo toda vez que olho no espelho.
Apesar de vê-la, ela não me incomoda. Apenas me lembra que é uma marca. Uma marca da vida, uma marca do tempo.
As lembranças das dores emocionais também devem ser encaradas assim.
Ao recordá-las, é comum experimentarmos uma série de sensações e sentimentos de autopiedade e vitimização, alimentando um espírito pessimista que sempre antevê o pior, esfriando nosso coração diante da alegria. Acreditamos que quem sofre merece a pena dos outros sobre o próprio sofrimento.
💡 A amargura pode se tornar um hábito e um comportamento vicioso.
Com esse espírito, a pessoa só lamenta. Sem perceber, permite que o coração carregue dores passadas e ressentidas, principais causas de distúrbios mentais e somatizações (doenças emocionais manifestadas no corpo).
No entanto, é possível encarar essas dores como marcas da vida trazidas pelo tempo, quando mudamos a perspectiva. A lembrança permanece, mas serve apenas como aprendizado, sem dor ou incômodo.
Quantas experiências essa dor me trouxe…? Aprendi…? Cresci…? Como posso escolher um caminho diferente no futuro?
Vivendo assim, a lembrança de dores passadas se transforma.
🎵 "Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe…? Eu só levo a certeza de que nada sei" (Almir Sater). 🎵
As coisas, circunstâncias ou pessoas que nos incomodam só terão o tamanho que permitirmos.
Podemos encarar esses eventos dolorosos como marcas da vida e do tempo.
Que nossa visão sobre dores passadas não seja obscurecida pela autopiedade, mas enxergue as experiências com gratidão.
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