O Perdão e a plenitude em nós



Minha criação foi profundamente religiosa e desde cedo, eu compreendia algumas coisas de maneira bem diferente do que sinto e entendo agora. Quando ouvia falar de perdão, reino do céu ou de Deus, minha mente sempre projetava algo que viria depois que eu morresse e, na visão religiosa, encontrasse com Deus para ser julgada digna ou não deste reino.


Eu entendia que perdão era uma dessas coisas que validavam o meu merecimento desse reino além vida, mas não entendia que o melhor lugar para fazer o reino do céu, ou essa plenitude acontecer na minha vida, é enquanto estou aqui e consciente de minha existência.

Este pensamento mudou, após ter conseguido colocar por terra todas as minhas crenças e convicções religiosas  a fim de reconstruir em mim novo significado e olhar para os ensinos de Jesus, sem as condicionais da religião.

🌟Esse trecho do texto abaixo é uma história contada por Jesus, registrada por um de seus seguidores:

Deixa eu contar uma história! ... Era uma vez um rei que queria acertar as contas com seus empregados. De repente apareceu um que devia uma fortuna, um milhão de moedas de prata! O empregado não tinha grana para pagar, então o rei mandou prender sua família e vender tudo o que ele possuía. O pobre empregado ficou de joelhos, implorando para o rei ter paciência e prometendo pagar tudo que devia. E o que aconteceu? O rei perdoou toda a dívida! Ufa!

Mas aí o empregado saiu e encontrou um colega que devia só cem moedas de prata. Adivinha o que ele fez? Pegou o cara pelo pescoço e ameaçou até que ele pagasse. O colega, coitado, também ficou de joelhos, pedindo para o empregado ter paciência e prometendo pagar tudo. Mas o empregado não quis nem saber e mandou o colega para a cadeia.

Os outros empregados ficaram sabendo e foram contar tudo para o rei. O rei ficou furioso e chamou o empregado ingrato de "miserável". Ele lembrou que havia perdoado toda a dívida do empregado e mandou prendê-lo na cadeia até que ele pagasse tudo.

E aí, Jesus contou essa história para ensinar uma lição: Devemos perdoar na mesma medida em que queremos ser perdoados.



A comparação do reino do céu, que eu chamo de plenitude, com o movimento que temos que fazer em relação as pessoas que de alguma maneira nos decepcionam, faz cumprir a veracidade desse ensino de Jesus sobre o amor, a compaixão e o perdão.

O reino do céu, ou a plenitude, começa a acontecer em mim, aqui mesmo nesta existência, a medida que faço valer o princípio do perdão aos outros, abrindo mão da autojustiça e me lançando na certeza de que é o amor que me justifica. ( A gente colhe tudo o que planta).

👉Perdoar hoje se tornou condicional. Perdoo à partir da atitude "boa" do outro em relação a mim, ou quando o vejo arrependido e merecedor;  porém o mais difícil e complicado, é oferecer o perdão diante das "pedradas" que o outro nos dá.

Já passou por alguma situação injusta? Talvez você tenha sido acusado injustamente ou todos os argumentos pareciam estar contra você.

É exatamente nestes casos, que o ensino acima diz que devemos perdoar a dívida, com a promessa de que assim se instalará a plenitude em nós.

“Venha a nós o teu Reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus”... ( Que comece aqui e que prossiga pela eternidade).

Vamos colocar em prática o perdão daqueles que nos devem, para que possamos experimentar a alegria indescritível de ter o reino de Deus em nossos corações durante o nosso tempo na terra.

Aprendendo sempre, na paz do coração e sem nenhuma religião, mas no amor e no perdão.


Ana D´Araújo

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