Quando o amor adoece - Amor Patológico



Você sabe o que significa o amor patológico? "Quem ama patologicamente, não consegue sair da ilusão e nem enxergar a realidade." "Pesquisas mostram que as áreas do cérebro que são ativadas quando se está interessado por alguém são as mesmas da obsessão"... O Filme "Atração Fatal" que fêz muito sucesso há tempos atras e até hoje é visto e comentado, exemplifica o que é amar obsessivamente, ou patologicamente. Claro que o filme expressa um nível super elevado de amor patológico, ele vai a extremos. Mas para se amar de forma patológica, apenas um pouco daquilo que o filme exemplifica é necessário. No amor patológico, a pessoa ama louca e freneticamente, sem se importar se o objeto de seu amor tem a mínima intenção em corresponder aquele sentimento. O mais interessante, é que quem ama patologicamente, não consegue sair da ilusão e nem enxergar a realidade. É como se a pessoa ficasse cega e engessada no momento do encanto Algumas vezes ela se apaixonou e foi correspondida. Porém a outra pessoa, por não amar suficientemente ou com a mesma intensidade, ou por diversas circunstâncias, resolve sair da relação e o amante patológico jamais aceita este fato, dedicando então a sua vida inteira a reconquistar aquele amor de forma obcecada. O mais interessante é que pessoas que amam desta forma, normalmente veem isto como um grande feito!... Elas se orgulham de amar a tanto tempo a mesma pessoa, e se resignarem e sacrificarem por este "amor". Acontece que esta ilusão de amor, é tudo, menos amor. Mas o que acontece dentro da pessoa portadora do amor patológico? Em primeiro lugar, ela sente apego a uma sensação que em determinado momento foi causada pelo objeto de seu amor. Mas na verdade esta sensação é o reflexo da própria carência afetiva supostamente preenchida pelo objeto do amor. Não é ao outro quem ela ama, mas sim ao símbolo que o outro representa para ela. O outro passa a ser o retrato de sua própria necessidade. Algumas pessoas, vítimas do amor obsessivo ou patológico, revelam (com orgulho) que passarão a vida inteira se preciso for a espera de que o objeto de seu "amor" ceda ao seu encanto. Na maioria das vezes, o "objeto do amor" já construiu sua vida bem longe do arraial da possibilidade do amante obsessivo. Alguns casaram, tiveram filhos, mudaram de país... e mesmo assim o obsessivo nutre a sua ilusória esperança. O amor obsessivo jamais deve ser confundido com o amor incondicional. "O amor incondicional parte da possibilidade e da decisão, enquanto o amor obsessivo, parte da impossibilidade e da ilusão." Outra característica do amante obsessivo, é que sua vida fica estagnada no intento da conquista do objeto de seu amor. Todos os seus pensamentos, decisões, resoluções, sonhos e objetivos tem um único nome: "objeto do amor obsessivo". As suas esperanças são nutridas por "viagens" que a mente proporciona. Seja um olhar, uma palavra mais atenciosa, e algumas vezes, até mesmo um comentário ofensivo, gera no obsessivo a nova ilusão de que aquilo significa amor da parte do outro, e isto vira um ciclo infindável que se retro-alimenta de sua própria doença. O amante obsesivo não ama ao outro, mas ama ao sentimento que o outro desperta nele. Ele ama a sensação que o outro lhe proporciona. Bem, até aqui eu falei do amante obsessivo, que ama a impossibilidade. Ama platonicamente o objeto de seu amor. Mas e quando o objeto de seu amor corresponde este amor? há cura? o amor deixa de ser obsessivo? Bem, na maioria dos casos... não, e havendo correspondência, esta relação passará a ser o "inferno na terra" para este casal. O obsessivo passa a respirar o ar que o outro respira. Não desenvolve vida própria, não tem seus próprios sonhos, mas sonha os sonhos do outro. Não desenvolve suas próprias relações, não cresce intelectualmente, pois não sobra tempo para isto, precisa estar atento e alerta a vida do outro e dar conta de cada passo. Vive como se o outro fosse sua propriedade, e não aceita que o outro desenvolva nenhuma atividade que fuja ao seu controle total e absoluto. Os delírios de ciúmes nestes casos também são comuns. Alguns chegam a construir em suas mentes estórias completas de traição e infidelidade do seu parceiro de forma infundada. Claro que este tipo de amor e relação não sobrevive muito tempo. E até porque não sobrevive, gera no amante obsessivo, mais frustração e insegurança, o que o fará amar cada vez mais patologicamente e o adoecerá ainda mais. Para amar com qualidade, é necessário antes de tudo, fazer do ser amado, um acréscimo bom àquilo que já é sua vida. A relação passa a ser uma "soma"... a tudo àquilo que já se vive. É preciso que aquele que ama, já tenha seus próprios objetivos, sonhos e planos. Assim o amor passa a ser o complemento e nunca a "razão absoluta" na relação. Se você vivencia uma situação de amor patológico, seja com você mesmo ou com a alguém próximo, procure ajuda terapêutica e liberte-se disto o quanto antes para amar com qualidade. O amor é o melhor sentimento que alguém pode experimentar. Mas o amor saudável e verdadeiro é precedido de equilíbrio, verdade e pacificação. Algumas características do amor patológico: 1. Você costuma sentir angústia, taquicardia ou suor quando seu(sua) parceiro(a) se distancia (mesmo afetivamente) ou quando vocês estão brigados? 2. Costuma se preocupar de maneira excessiva com a vida do(a) seu(sua) parceiro(a)? 3. Você não consegue diminuir a atenção e o cuidado que presta ao(a) seu(sua) parceiro(a) o tempo todo? 4. Gasta muito tempo para controlar as atividades do(a) parceiro(a), em ações, como ligar para ver onde ele(a) está? 5. Você já deixou de fazer coisas de que gostava por causa do relacionamento? 6. Se o relacionamento traz problemas para sua vida pessoal ou familiar, mesmo assim você o mantém? Caso positivo, busque ajuda e ame de forma saudável e equilibrada.



Ana D´Araújo
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