Biopsiquegrafia de Ana - Por Caio Fábio


Ana. É graça em hebraico. A Ana mais famosa e antiga no carregar o nome, foi uma mulher que amava um homem que já tinha outra mulher. Ele a tomou como segunda esposa e fez dela a primeira em amor em seu coração. Ana, porém, não lhe dava filhos. O marido tudo fazia para a consolar, mas as dores de alma da ausência da maternidade a tornavam saudosa da mãe que não conseguia ser pela concepção. Então derramou sua alma perante Deus, expô-se como uma mulher sem pudor, pedindo a Deus um filho. Falava tanto com Deus que interpretaram-na como “uma filha de Belial”. A insistência da alma de Ana, alma-ana, alma-graça, recebeu o que buscava, e ela deu a luz um filho a quem chamou de “Do Senhor o pedi”.

Lúcia. É aquele que carrega luz. É Ana, portanto. Luz, Ana, Graça. Ana Lúcia é redundante. É luz. É graça. Luz é graça. Graça é luz. Sempre.

Ana Lúcia D’Araújo. D’Araújo. Um erro do escrivão. Antes era de Araújo. A família toda de meu pai é assim. Somente ele sofreu essa mudança acidental de nome dentro da própria família. É um ramo acidental D’Araújo dentro dos de Araújo.

Ana-Graça Lúcia-Luz D’Acidente. Teoricamente ela não poderia nascer. Mas nasceu. Acidente? Sim! Para os homens um acidente. A mamãe não tinha o colo do útero. Alguém então ouviu uma Voz: “Pede um filho!” O filho era graça, era Ana, era Luz, era Lúcia; era um acidente, era D’Araújo — era filha de Caio Fábio D’Araújo, Lacy Silva D’Araújo; e irmã de Caio Fábio D’Araújo Filho, de Suely D’Araújo, e de Luiz Fábio D’Araújo — mas ninguém esqueça “a mão do Escrivão”. 

E ela cresceu sob o amor de papai e mamãe, e os cuidados de todos nós, pois, para mim, que já nasci querendo ser pai, ela foi sentida como meu mais forte ensaio de paternidade. Sou 10 anos mais velho do que ela.

Os anos da vida da Ana-Aninha foram serenos de intensos milagres até que ela casou. Depois do casamento e dos três lindos filhos que ela gerou e cria com todo amor e amizade, ela também conheceu a vida fora das asas extraordinariamente amorosas de papai e mamãe.

Como um canguruzinho ela pulou da bolsa para a vida, com seus espinhos, ambigüidades, surpresas atrozes, dores inimagináveis; o que deu a ela muita necessidade de ser criativa, de sobreviver sem perder a meiguice e a doçura; tornando-se forte sem perder as graças da fraqueza e do sonho.

Assim, para Ana, compor, escrever, criar, almar-se em tudo, é Graça. Do mesmo modo sua percepção graciosa da alma humana é Luz, é lucidez do dom da Graça sobre Ana Lúcia. 

Esta é minha mana. Esta é ela para mim e para todos os que a lambemos como cria de meus pais e nossa maninha temporã. Sim! Ela é o que o nome diz!


Com todo amor sem fingimento,



Irmão mais velho da Aninha






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