Na mente humana, segundo a psicanálise freudiana, residem três entidades distintas: o Id, o Ego e o Superego. Juntas, elas formam a base da nossa personalidade e influenciam nossas decisões, comportamentos e emoções.
Não tenho intenção de descrever agora as funções de cada uma dessas instâncias, mas podemos refletir sobre o papel do superego. Este age como um juiz rigoroso, internalizando as regras e valores provenientes da família, sociedade e cultura para proteger o ego. Funciona como uma bússola moral, orientando nossas ações e pensamentos de acordo com o que é considerado "certo" e "errado". Além disso, gera sentimentos de culpa e remorso quando reconhecemos nossos erros.
O superego é a voz da moral Interiorizada que nos defende a qualquer custo de sermos de alguma forma diminuídos ou desvalorizados, e assim logo reagimos no impulso, defendendo a nossa imagem diante dos outros.
Porém, essa dificuldade de reconhecer as falhas acaba nos levando a atitudes negativas e prejudiciais. Como por exemplo:
Negação: Mentir para não prejudicar a imagem diante dos outros; Justificativa: criar desculpas para tudo a fim de diminuir a responsabilidade; Projeção: Atribuir a falha a outras pessoas ou fatores externos a fim de aliviar a consciência; Culpabilização: Direcionar a culpa para outras pessoas, desviando o foco das próprias falhas e reforçando a imagem de vítima.
Normalmente esse comportamento tem origem na necessidade de aprovação ligada a nossa história de vida, ou o grau de exigência imposto a nós durante nosso desenvolvimento. Nos auto enganamos, desculpando-nos diante das pessoas a fim de deixar o ego mais confortável.
No entanto, podemos nos tornar um pouco melhores ao reconhecer nossas falhas, o que requer prática constante de auto-observação do nosso comportamento e auto responsabilidade, rompendo com padrões de autopreservação.
Cometer erros é natural e uma chance de aprendizado. Devemos encará-los como oportunidades de crescimento para viver de forma autêntica e iluminada.
Se esse comportamento é percebido por você, reflita sobre isso, observe quando isto acontece a fim de tentar agir diferente, aprenda a pedir desculpas pela sua falha sem sentir-se diminuído, e se necessário aborde o assunto em sua terapia para entender melhor esse processo.
Olhar para si é transformar-se.
Ana D´Araújo
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